quarta-feira, 22 de maio de 2013

O que eu quero pra mim?

Nos últimos dias eu fui tomada por vários sentimentos diferentes e contraditórios...Como se eu tivesse caído no meio de um vendaval e espalhasse pelo chão todas as razões e sentimentos em mim....

Eu tenho consciência de muita coisa sobre mim, mas percebi que quanto mais sei, menos eu sei...
Estranho né? Mas é exatamente isso. O auto conhecimento nos inflige uma carga tão grande e também uma solidão tão real que em certos momentos a gente se perde mesmo. Se espalha, se confunde...
E quando você vê, não sabe de mais nada....

O que eu quero pra mim?
Posso dizer que, pela primeira vez em alguns meses eu não sei.
EU NÃO SEI!!!

E isso me afeta de várias formas....Muito provavelmente tem me isolado de muitas coisas, de pessoas, de convívios e de atividades...
Será crise dos 30 anos?
Possível, mas não creio...

Muito provavelmente estou naquele momento crucial de mudanças...
E veja só, eu AMO mudanças....mas dessa vez essa consciência me afetou de forma estranha e única.

Revirando alguns sentimentos, relendo alguns textos do passado, passando a limpo alguns diários e entrando em contato com algumas coisas esquecidas (mas não resolvidas) dentro de mim, percebi algo interessante sobre o amor.

Eu desaprendi a amar.

Alguns que me conhecem podem achar até que eu pirei, mas estou sendo realmente sincera.
Não é novidade para mim, que eu só amei uma pessoa na minha vida...e quando repasso a história na minha cabeça não lembro ao certo como deixei isso acontecer.

Eu temo o amor, o que pode parecer bem contraditório se você conhece a minha forma de amar..
Mas é que eu só sei amar a idéia do amor.
Eu sei desejar a história, amar a rotina e ter realmente muito carinho por quem está ao meu lado.
Eu me apaixono, mergulho de cabeça, vivo tudo de um jeito muito intenso....mas é raso.

A profundidade real é difícil de alcançar. As barreiras que eu criei em mim são duras até pra eu mesma lidar com elas.

Me sinto como uma casca, dura e impenetrável mas que tem na superfície, uma grama verde e fofinha, bem acolhedora diga-se de passagem...
Eu crio as condições pra me apaixonar por alguém, mas sei que no fundo o amor só vem através do trabalho da outra pessoa. Do querer, da atitude, das ações do cara...

Até aqui, poderia ser tudo bem, se eu deixasse isso acontecer... Se eu não interferisse na natureza do amor, da relação e tal...
Mas eu interfiro. Eu fujo. Eu me saboto. Eu estrangulo o que pode vir a crescer.
Dai eu fico em um terreno cômodo e fácil de lidar. Controlando minha própria dor.
Se a relação acabar é óbvio que vai doer, eu vou chorar e ficar deprimida com o fim....mas basicamente vou estar assim porque morreu a IDÉIA daquele amor.

Morreram as lembranças, os momentos, a rotina. Morreu o pragmático.

Essa sou eu. A Manuela "torta"....A vênus em virgem....

Ok.E a tal da mudança que eu comentei no começo do texto?
É ela que está me confundindo. É a necessidade dela de me modificar que criou o vendaval e espalhou muitas das minhas certezas no chão.

É ela que tem gritado pra eu crescer. Deixar fluir, me entregar, basicamente me permitir AMAR.
Mas eu não sei mais como.
Não sei mais de que forma...

O que eu quero pra mim???
Eu quero, acho que quero, um amor bom o suficiente que me ensine a amar e que me faça sentir de verdade tudo isso que eu projeto pra mim.

Isso me bastaria.
Taí a primeira certeza de hoje :)

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